hoje às 10 fui ao Minipreço

hoje às 10 fui ao Minipreço comprar leite para o pequeno almoço. quando chego ali à Bica passa por mim a vizinha que está sempre à varanda daquele 2º andar ali do fim da rua, a mulher do bigodes que aos fins de semana põe o CD do Benfica a tocar para a rua toda, pelo menos uma vez completa, antes dos jogos do Glorioso. não parecem casados, durante algum tempo pensei que fossem pai e filha, principalmente pela forma como ele ignora os sorrisos que ela me manda da varanda quando levanto o pescoço para dizer bom dia e aproveito para lhe espreitar as cuecas. ela é gira, morena, parece ter cerca de 30 anos, ele prái 50. ela tem um par de mamas colegial, do género do da Vanessa do secundário, que era do género do da Bo Derek se fosse camponesa. ele tem a barriga de um porco. as roupas dela são provocadoramente brejeiras e não entendo se são óptimas para a sua voluptuosidade ou se esta advém das outras. a varanda ajuda à analogia com um conto infantil no qual ela é uma princesa e ele um ogre e eu o vizinho da frente.

hoje quando me cruzei com ela, não sei se pelo pudor da proximidade, fiz apenas um sorriso, ela também, mas abrandou a olhar-me fixamente e ouvi-a mesmo dizer "sabe..." mas fingi que não ouvi, não sei bem porquê, talvez por estar acordado apenas há 5 minutos e o meu cérebro ter processado a informação de forma tão lenta que receei que fosse parecer um atrasado mental por parar apenas 10 metros à frente. se me quisesse realmente falar voltaria a chamar-me, mas não voltou.

estive na fila do supermercado a procurar os decotes à volta, mas àquela hora não havia nenhum tão excesivo como os que a minha vizinha costuma usar, e como o que usava hoje de manhã. estava ainda na ressaca da minha erecção matinal e comecei a fantasiar sobre o que me poderia querer dizer, e que passaria sempre pelo quão excitada ficava quando me via e que não pensava noutra coisa senão algemar-me à cama dela e rasgar as nossas roupas e vir-se 10 vezes em cima de mim com um sorriso nos lábios. estava tão distraído com a ideia de ela me poder voltar a falar quando passasse pela sua varanda no caminho para casa que disse "obrigado, beijinhos" ao indiano da caixa e que agarrei no saco de outra senhora, que não gostou muito e que comprou pensos higiénicos.

no regresso a casa encontrei a vizinha da outra ponta da rua que tem 80 anos e não gosta muito da outra por ser uma inútil e uma porca. pediu-me para a levar até porta da casa dela por causa do pé operado no mês passado e assim a vizinha, que estava à janela, não me falou, e eu para não desagradar à dona Floribela também não olhei para ela e perdi o pretexto para voltar a passar por ali sozinho. mas amanhã assim que o marido sair para a obra no Seixal, vou lá tocar à campaínha para irmos juntos ao Minipreço.