amigos outra vez

porque é que fizeste isto? pensei.

- porque é que fizeste isto? - perguntou-me ela.
- hhmm? isto o quê?
- porque é que fizemos isto, não tínhamos necessidade. estava tudo bem entre nós, demorou a chegarmos até onde estávamos e agora merda. acho que não devíamos ter feito isto. parece que só descansaste quando me saltaste para cima outra vez.
- bem, já estamos outra vez a discutir na cama, não tinhas saudades?

não sei se não devíamos ter feito aquilo. qual é o problema? não vejo qualquer problema. só não sei porque o fiz. intriga-me. demorou de facto a chegar ali, ao ponto zero do amor, ao ponto máximo da amizade (estou a pensar bem?), mas depois de tudo novamente a zeros parecia-me que havia um vazio para preencher (e ui se havia!). aqueles momentos antecedentes foram a minha tábula rasa, adoro, os jogos todos toda outra vez. porque não? se és minha amiga, o que há a perder? sexo sem responsabilidade, livre, disponível! a última vez que tivemos sexo éramos marido e mulher, empregado e patrão, vizinhos, compatriotas, colegas de turno, companheiros de cela. agora somos amigos, foda-se, que tesão.

- não te queria perder Zé. e agora, merda!
- mas porque é que me vais perder? estou aqui!
- não devíamos mesmo ter feito isto. estragámos tudo. não consigo ser tua amiga assim.