O egoísmo miserável desses sub-humanos

Enojam-me as pessoas carentes, de tal modo que não consigo sequer tentar suprir-lhes a carência e contribuo para a decadência da relação a dois à qual pertenço sem intenção.

Contribuo para a decadência do ser humano visto da perspectiva de outro. Para a vergonha sem consciência de a ter, de andar em público com o corpo à mostra, com um corpo feio e decadente de quem não volta a recuperar a forma inicial.

Irrita-me a falta de capacidade de auto-análise das pessoas que sofrem, da forma como ignoram os sinais dos outros sobre a triste figura, do sentido mesquinho e exagerado que dão a um acontecimento nascido da natureza para os violar.

Essas pessoas que crêem ser o centro do universo, num renascimento pretensioso baseado no coitadinhismo ortodoxo, essas carpideiras egoístas sem vontade de relativizar a dureza da vida.

Dão-me vómitos. Gritar-lhes-ia ao ouvido que o mundo não é deles, e que nem sequer deles se lembra, nem para eles foi criado, que morram sozinhos pela incauta forma de se dar e se mostrar aos outros.

Burros que não entendem que eu sou o único ser vivo que se pode orgulhar de sofrer com todas as letras, e cujo martírio ficará escrito na mente dos homens como o exemplo daquele que sofreu sem ter culpa de o fazer e contra a sua vontade.

3 comentários:

xolitos disse...

A única diferença para Cristo é que este sofreu com vontade. Só te falta isso. Não conseguir suprir a carência aos carentes já me parece o pão nosso de cada dia. Jesus talvez pensasse que aquilo de que carecia toda a humanidade era dele próprio, ou dele, não o próprio mas o tal, o filho do espírito santo, daí talvez a tal vontade de levar na tromba e se mostrar ao mundo a levar na dita tromba à grande. Era novo, deu um cadáver bonito, como o Dean, coitado do Elvis, se ao menos tivesse morrido mais cedo, antes de se lhe engordar o rabo e a barriga e as patilhas. Isso é que é o cúmulo do egoísmo, deixar-se ir assim, naquele estado, e destruir uma imagem perfeita no imaginário colectivo. Ou como o Orson Welles: "Ah querem mais citizen kanes? agora não me apetece, estou a comer" Talvez estivesse (e estava mesmo) mas talvez já só não tivesse mais citizen kanes para dar

disse...

eu faço 33 anos daqui a uns meses, mas como nasci no ano da morte do Elvis, o que me coloca na linha directa de encarnações colunáveis, não percebi bem se me estás a comparar a um judeu sado-masoquista com queda para jantares dançantes, ou com um gordo de patilhas, hipocondríaco mas com excelente gosto em golas de camisa. ah espera, o orson welles estava a comer, já percebi a tua comparação, ó sensível.

xolitos disse...

eu só estou à espera do teu citizen kane ó egoísta